Thursday, February 23, 2006
com o pé esquerdo
atravessando a sala de costas, alcancei a porta e, ao invés de destrancá-la, selei à chave o apartamento, apertando o botão do elevador. pra cima. os carros corriam as ruas com seus motoristas debruçados no banco do passageiro, braço de apoio, todos olhando para trás ao conferir o trajeto a ser percorrido. na marcha à ré. o ônibus, peguei pela porta traseira. no trabalho, um até amanhã no lugar do bom dia. torta, integralmente do avesso, acordei com as entranhas à mostra, girando num display de exibição. escondendo com a mão pulmões, vísceras. e coração. olho pra dentro - é fácil nessa situação - e, conformada com o erro de diagramação, hipnotizo o relógio esperando que a sexta-feira iminente corrija o incômodo. estúpida. como eu poderia esquecer que as horas, hoje, andam pra trás?
Friday, February 17, 2006
contagem regressiva
"a saudade é tanta que estou com medo de, com meu abraço, partir você ao meio"
falta uma semana exata para o reencontro
falta uma semana exata para o reencontro
Thursday, February 16, 2006
excentricidades VIII
- pediram que eu mandasse um currículo, três fotos produzidas em estúdio e a definição, em uma palavra, do meu gosto musical. parece que vão começar a chamar para os testes de vídeo a partir de um banco de dados feito com base nesse material enviado pela galera.
- bem, se você não botar "eclético", tá dentro.
- pois é.
- aposto que esse banco de dados é feito justamente pra isso.
- para filtrar as pessoas?
- não, para filtrar os ecléticos. ele lê quem definiu seu gosto como "eclético" e deleta. pode escrever qualquer coisa, mas não me coloca um "eclético", senão você vai desaparecer dos arquivos. pra sempre.
- bem, se você não botar "eclético", tá dentro.
- pois é.
- aposto que esse banco de dados é feito justamente pra isso.
- para filtrar as pessoas?
- não, para filtrar os ecléticos. ele lê quem definiu seu gosto como "eclético" e deleta. pode escrever qualquer coisa, mas não me coloca um "eclético", senão você vai desaparecer dos arquivos. pra sempre.
Tuesday, February 07, 2006
bem-vindo a são paulo
para que alguma coisa surja, é preciso que outra desapareça. a primeira configuração da esperança é o medo, a primeira manifestação do novo é o horror.
da janela não vejo o corcovado.
da janela não vejo o corcovado.
Subscribe to:
Posts (Atom)